Apesar de ser popular principalmente por causa dos filmes hollywoodianos, este evento, marcado pelas fantasias criativas, pegadinhas e doces convidativos, não tem origem nos Estados Unidos, ao contrário do que muitos podem pensar. Mas, sim, na Irlanda, em um festival de cultura Celta chamado Samhain, que era celebrado no fim do verão e início do novo ano Celta.
Em terras tupiniquins, o Halloween é conhecido como “Dia das Bruxas”. E muito se fala sobre o que realmente seria “comemorado” nessa data. É possível encontrar pessoas que dizem que é uma celebração pagã, o que não está errado, ou que é uma festa para invocar bruxas e espíritos maus.
Os Celtas marcavam a mudança de ano ao final do verão. Conforme a Igreja Católica expandia seu alcance ao longo do continente Europeu, ela foi notando que certas práticas poderiam ser absorvidas para convencer mais e mais pessoas a aceitarem Cristo e suas verdades, usando nomes diferentes para os mesmos festivais e entidades.
No século VIII, o Papa Gregório (aqui deve-se lembrar que fontes darão diferentes nomes para o Papa em questão, alguns dirão que se tratava do Papa Gregório III, enquanto outros dirão Papa Gregório IV) mudou a celebração do Dia de Todos os Santos - também dia de celebração romana do Dia dos Mortos. Até então ele era celebrado em 13 de maio. E foi transferido para o último dia de outubro, unindo o útil ao agradável, pois tanto alguns cristãos quanto pagãos acreditavam que nesse dia os diferentes mundos estavam muito próximos uns dos outros.
Mas de onde vêm as fantasias, decorações e outros detalhes? As fantasias, hoje em dia, podem ser compostas de diversos elementos, muitos são fruto de inspiração literária, bem como cinematográfica. Pode-se citar como exemplo as fantasias de Drácula, o vampiro criado por Bram Stoker, ou mesmo o monstro Frankenstein, do livro de Mary Shelley.
O cinema e a televisão também contribuem com seres “contemporâneos”, como os zumbis de The Walking Dead, múmias baseadas em filmes, como os estrelados por Brendan Fraser, o Diabo, inspirado na série televisiva Lúcifer, entre outros. Até mesmo bandas e grupos musicais podem servir como inspiração: Slipknot, Gwar, Kiss, bandas de Black Metal em geral, Slaughter to Prevail, entre outras.
Entre os jovens, também é possível notar a influência de outras fontes, como animes de terror, ação, etc. Atualmente, a variedade de fantasias é quase infinita, seguindo poucas regras para suas elaborações. Talvez o único ponto realmente importante, e não para todos, é que a fantasia deve ser assustadora.
Mas e quanto às abóboras, bruxas, caldeirões e outros detalhes? Antigamente, era muito comum esculpir imagens de faces em nabos e outros frutos para espantar maus espíritos. As bruxas, por sua vez, sempre foram um grupo de pessoas mal visto pelos cristãos. Em muitos casos, o título de bruxa (com a conotação de ser cruel cuja alma fora vendida ao diabo), não se aplicava corretamente, pois elas nada mais eram do que mulheres instruídas nos usos de ervas medicinais, ou eram canhotas ou ruivas.
O Halloween (All Hallows Eve) é uma prática que ganhou força principalmente na América do Norte. Ao passear pelas ruas em noite de Halloween, é possível notar que há certa semelhança com o Día de Los Muertos, comemoração popular mexicana. Já que ambos retratam muitas caveiras e velas, além de imagens que remetem à morte. Mas, aqui, devemos deixar claro como tais celebrações se diferenciam.
No Día de Los Muertos, as pessoas saem para celebrar a memória dos entes passados, levando oferendas aos seus túmulos. Enquanto que no Halloween, as crianças saem para buscar doces, ou, se necessário, aplicar travessuras.
Como qualquer prática cultural, ambas podem ser adaptadas conforme a localidade. No Brasil, não possuímos tais culturas fixadas em nosso meio social. Mas, com o passar do tempo, cada vez mais as duas se tornam parte de nosso dia a dia. No Halloween, nos juntamos para contar histórias de terror, nos divertir, comer algumas guloseimas e realizar alguns jogos diferenciados.
Bem, esteja preparado, o Halloween está logo ali...
