Nasci em uma família de professores – avô, tios, pais, irmãos – e, por isso mesmo, o principal assunto na mesa dos almoços de domingo era o cotidiano de sala de aula e o papel do educador. De todos, quem não entrava em sala de aula era minha mãe, que por anos foi diretora de uma escola do Estado e sempre trazia pontos de vista peculiares sobre algumas das discussões, o que por si só já era uma forma de promover aprendizados.
Foi uma tendência natural que eu fizesse o magistério e também assumisse meu papel de professora. Mas, logo em seguida, entendi que gostava mais de processos administrativos e acabei optando por fazer o vestibular para Administração de Empresas. Eu era a divergente, neste mar de educadores.
Entretanto, a semente da sala de aula estava viva em mim, e mesmo amando planejar estratégias, organizar processos, analisar indicadores e mensurar resultados, sentia que a vocação de ensinar pedia espaço, pronta para brotar. Retornei aos poucos para a sala de aula, como professora universitária e logo depois, como professora do Senac-RS. Ali, tive a grande sorte de convergir esses dois amores, ao assumir a função de direção. Os contrapontos da minha mãe foram fundamentais para entender o papel como uma opção de realização profissional.
Ser diretora de escola é mais que honrar um legado familiar, é acolher uma paixão – a educação – e viver uma vocação – a gestão; unidas por um propósito maior, o de levar conhecimento, experiências, reflexões e aprendizagens, transmutadas em oportunidades de vida para toda a comunidade escolar.
Somente a educação permite que nos transformemos, mas é através da gestão que direcionamos de forma consciente os esforços para chegarmos até o nosso futuro desejado. Tenho muito orgulho de fazer parte de um time de diretores do Sesc e do Senac que não medem esforços para aproximar pessoas e empresas desse horizonte lindo, construído diariamente a várias mãos.