Marketing: da religião ao multinivel
por prof. Me. Rafael Damé
Se existe um termo “maltratado” no mundo da gestão, este é o marketing. Não há duvida que nenhuma outra palavra é empregada de forma tão errada quanto a ciência que lida com os relacionamentos entre as partes. Falar de marketing ficou fácil, virou praxe, inúmeras são as vezes que ouvimos algo do tipo: “esse fulano parece ser bom, mas no fundo é só marketing”, como se a minha escolha de formação fosse algo das terras de Lúcifer, algo como um Dalith (quem assistiu Caminho das Índias vai entender).
Pois nessa realidade triste e tupiniquim de tratar o marketing, são diversas as ramificações criadas, sendo que algumas merecem algum tipo de reflexão, neste texto me atenho a duas: o marketing religioso e o chamado multinivel. Falar sobre marketing religioso é ater-se aos princípios que criaram a citada ciência que nos atemos neste texto, algo contemporâneo aos 4 P''s de McCarthy.
Exercer uma relação pautada em oferecer o que as pessoas precisam, em troca da fidelidade de quem recebe, resultando numa harmonia entre as partes é simplesmente transportar do varejo, um conceito que se encaixa, sem maiores adaptações, a um ambiente templário, ou seja, se queres esperança, te dou, se queres, palavras certas, te dou, se queres ouvir o que desejas, aqui existe, portanto, é aqui que ficarás e assim teremos harmonia e uma boa relação, enfim: marketing.
Já se falarmos de multinivel, a coisa complica, na minha modesta e inexpressiva opinião, multinivel é uma palavra moderna que disfarça antigas redes de vendas onde ganha quem começa, paga quem segue, desta forma, não se estabelece, relação, o foco é na venda, a vantagem de lado, o benefício é unilateral, alguém trabalha para que o outro ganhe, desta forma, mesmo buscando o mais pobre intelectual autor, não encontraremos o DNA do marketing e se possível, devemos fugir enquanto é tempo.