É possível afirmar que todos os jovens aprendizes estão aptos a aprender, a aprendizagem se dá dentro do tempo de cada estudante, é plausível afirmar que cada um de nós expressa sua aprendizagem dentro do que seu repertório possibilita.
Sendo assim, é importante estar em sala de aula atento à contextualização da turma, considerando e respeitando suas vivências e seu modo de ver e interpretar o mundo. Também é necessário que docentes estejam da mesma forma abertos às modificações quanto ao seu entendimento sobre o ensinar e o aprender.
Não há como prever todos os movimentos que ocorrerão durante uma aula, porém é necessário elaborar aulas que façam sentido para o grupo com o qual se trabalha tendo em mente tanto o plano do curso quanto as questões da atualidade, sejam elas sociais, climáticas ou locais.
Desta maneira, ao planejar uma aula, é fundamental considerar os conhecimentos prévios e as vivências dos estudantes. Dessa forma, é possível criar atividades que atualizem esses saberes e, ao mesmo tempo, introduzam novos elementos e informações, ampliando o repertório do grupo.
Nem sempre as respostas dos estudantes são as palavras que os docentes esperam. Portanto, “forçar” uma resposta é o mesmo que sinalizar aos estudantes que tudo o que eles tentaram dizer a respeito do que entenderam está errado.
Por isso, cabe a nós docentes pensarmos em boas perguntas para auxiliar no processo de aprendizagem do grupo, e de cada estudante. É importante termos em mente que as intervenções (o modo como falamos e o que falamos) feitas durante as atividades têm um impacto direto na aprendizagem de todos os sujeitos envolvidos. Ou seja, nós docentes também aprendemos quando estamos dando aula.
Quando modificamos nossas intervenções também modificamos nosso olhar e nosso lugar na sala de aula, deixamos de ser quem fornece a resposta correta. Desta maneira assumimos o papel de quem traz mais questionamentos ao grupo e de quem procura saber de que maneira os estudantes chegaram em determinada resposta. Modificar o lugar de poder de quem está dando aula é um interessante exercício docente e contribui para o protagonismo dos estudantes.
Em se tratando de uma turma de aprendizagem é relevante ter em mente que estamos diante de grupos cada vez mais diversos, com expectativas, conhecimentos, posturas e visões de mundo diferentes. Da mesma forma, os locais de trabalho desses estudantes são variados. Sendo assim, os gestores desses jovens também são diversos e cabe a nós, docentes, estarmos atentos para as experiências profissionais vividas pelos aprendizes, uma vez que essas experiências são refletidas em seus comportamentos e falas enquanto estamos em sala de aula.
Portanto, o ato de planejar uma aula perpassa pela capacidade de colocar-se em segundo plano, considerando que as atividades precisam contemplar o grupo com o qual se trabalha.