
A prevenção de acidentes de trabalho deve fazer parte da rotina de trabalhadores, empregadores e de toda a sociedade. Acidentes e doenças ocupacionais representam perdas de vidas, incapacitações, sofrimento e custos elevados — tanto humanos quanto financeiros.
A negligência com a saúde e segurança no ambiente de trabalho impacta diretamente a produtividade, a competitividade das empresas e até mesmo o orçamento público. A má gestão da segurança ocupacional pode resultar em prejuízos significativos para a economia e comprometer investimentos em áreas essenciais.
Em 2024, oito trabalhadores perderam a vida enquanto exerciam suas atividades profissionais, sem retornar para suas casas e suas famílias. Cada uma dessas mortes representa não apenas uma tragédia pessoal, mas também um alerta urgente sobre a necessidade de intensificar as ações preventivas.
Os profissionais de segurança do trabalho enfrentam o desafio constante de combater essa realidade. É essencial utilizar todas as ferramentas disponíveis para frear essa sequência de perdas diárias. A prevenção é a chave.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relatório divulgado em 2013, estimou que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial é perdido anualmente em razão de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, isso corresponderia a aproximadamente R$ 396 bilhões por ano (considerando o PIB de 2022), valor que poderia ser direcionado à geração de empregos, à melhoria das condições de trabalho e ao fortalecimento da economia nacional.
Diante desse cenário, torna-se ainda mais relevante a promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, bem como o fortalecimento de campanhas como a CANPAT (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho), que busca sensibilizar e mobilizar empresas e trabalhadores sobre o tema.
A gestão positiva da saúde e segurança no trabalho gera benefícios concretos para todos:
· Para os trabalhadores: mais satisfação no exercício profissional, redução de mortes, doenças e mutilações, e menor necessidade de uso de medicamentos e serviços hospitalares.
· Para os empregadores: aumento da competitividade, redução do absenteísmo, diminuição de afastamentos e custos com indenizações, recontratações, treinamentos e ações judiciais, além da preservação da imagem institucional.
· Para o governo: economia com benefícios previdenciários, pensões, atendimentos médicos e assistencialismo, além de ganhos em produtividade nacional e competitividade internacional.
· Para a sociedade: preservação de vidas, garantia da integridade dos cidadãos, diminuição da carga tributária e fortalecimento da justiça e da paz social.
Trabalhar não pode significar risco de morte. A construção de uma cultura de prevenção é responsabilidade de todos — e deve começar agora.