Dedicada à conscientização sobre a saúde do homem, a campanha Novembro Azul já conhecida pelo público em geral. Porém não apenas em novembro, mas ao longo de todo o ano é necessário atentar para a saúde.
De acordo com a docente do Senac Saúde, Janaína Fagundes, um dos fatores que contribui para uma maior taxa de diagnósticos tardios e morbimortalidade é o fato dos homens não terem o hábito de fazer exames de rastreamento para o câncer de próstata.
Ela aponta que há vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de próstata. Dentre eles, a idade. "Em torno de 60% dos casos de câncer de próstata acontecem em homens com 65 anos. É rara a incidência em homens com menos de 40 anos, mas as taxas começam a aumentar a partir dos 45-50 anos. Por isso, a recomendação é iniciar o rastreio a partir dos 40 anos", afirma. Outro fator importante é o histórico familiar, pois ter um familiar de primeiro grau, como pai ou irmão, com histórico de câncer de próstata, duplica as chances de desenvolver a doença.
As alterações genéticas, com mutações em genes específicos, também são um fator de risco relevante. "Esses indivíduos portadores de mutações promotoras de tumores têm risco aumentado não apenas para câncer de próstata ao longo da vida", observa a docente. Além disso, alimentação rica em gordura, obesidade e tabagismo, embora de menor relevância individualmente, também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, especialmente quando combinados.
Janaina destaca que a identificação precoce de qualquer câncer é fundamental para que a cura seja alcançada e para que o tratamento seja menos agressivo. “Os rastreios devem iniciar a partir de consultas com urologistas. Os exames solicitados serão hemogramas, incluindo PSA (dosagem do antígeno prostático). Podem ser pedidas também imagens da próstata por ultrassonografia e/ou ressonância multiparamétrica da próstata”, informa.
Atenção não apenas para o câncer de próstata
“Além do câncer de próstata, merecem atenção também: cânceres de testículos e de pênis que, embora menos frequentes, são graves; prostatites, que são inflamações da próstata; e hiperplasias, que são lesões benignas da próstata”, salienta Fagundes.
Uma das grandes barreiras ao cuidado da saúde masculina está no fator cultural, que envolve questões como o machismo. “Há um receio com relação aos exames físicos feitos pelo urologista, como o exame de toque retal. Também há um medo de que câncer de próstata ou o tratamento cause impotência sexual. São mitos sobre diagnóstico, tratamento e a doença em si. Mas já houve muitos avanços nesse sentido”, comenta.