
A inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no mercado de trabalho é uma pauta cada vez mais relevante, especialmente no contexto da educação profissional. Para contribuir com esse processo, é essencial que instituições de ensino e profissionais da área estejam devidamente capacitados para identificar e desenvolver as habilidades dessas pessoas, criando oportunidades reais de inserção no mundo do trabalho.
De acordo com Aurélia Ribas, docente do Senac Livramento, a educação profissional tem um papel fundamental nesse cenário. “É necessário que haja profissionais qualificados, que saibam reconhecer e desenvolver altas habilidades. Pessoas com TEA precisam desse espaço no mercado para demonstrar seus conhecimentos e competências”, destaca.
Apesar das inúmeras possibilidades de inclusão, os desafios ainda são significativos. Uma das principais barreiras enfrentadas por pessoas com TEA na busca por formação profissional é a falta de preparo das instituições para lidar com suas especificidades. Para superar essas limitações, Aurélia reforça a importância de uma abordagem empática e humanizada. “A instituição de ensino deve estar preparada, em todos os aspectos, para acolher esse público com empatia e respeito”, afirma.
A capacitação dos professores é outro ponto essencial. Além de treinamentos básicos, é necessário investir em especializações voltadas ao atendimento de alunos com TEA. “Mais do que uma formação básica, é fundamental buscar especializações na área. Conhecer as diferentes classificações do TEA e compreender suas particularidades permite que o conhecimento seja ampliado e compartilhado entre os profissionais”, explica a docente.
Boas práticas já vêm sendo adotadas por algumas instituições, e Aurélia destaca algumas iniciativas que têm gerado resultados positivos. “Acolhimento humanizado, capacitação dos profissionais, inclusão da temática em reuniões pedagógicas e valorização das habilidades dos alunos com TEA são exemplos de ações que fazem a diferença”, relata.
No que diz respeito à adaptação do ensino técnico e profissional para respeitar as particularidades cognitivas e sensoriais desses alunos, Ribas ressalta a importância da experiência dos docentes e da sensibilização da comunidade escolar. “A vivência profissional dos professores, a sensibilização dos colegas de turma e o acolhimento institucional são fundamentais para garantir um aprendizado eficaz, sem comprometer a qualidade da formação”, pontua.