
Com o avanço das tecnologias e a crescente valorização dos cuidados com os pets, a área de Radiologia Veterinária tem se mostrado um campo promissor para técnicos em diagnóstico por imagem. Dados do Global Market Insights apontam que o mercado global de serviços veterinários deve crescer em média 7,3% ao ano até 2032. Somente o setor de diagnóstico por imagem registrou um aumento de 32%, evidenciando a relevância crescente deste nicho.
A coordenadora e docente do curso Técnico em Radiologia do Senac Saúde, Janaína Moraes, destaca que esse crescimento está relacionado a vários fatores, entre eles, a mudança na relação entre humanos e animais de estimação. “As pessoas estão mais conscientes da importância da prevenção e do tratamento adequado para seus pets. Isso impulsiona a busca por serviços especializados e tecnologias mais modernas nas clínicas veterinárias”, afirma.
Entre os avanços tecnológicos mais utilizados atualmente, estão os sistemas digitais de raios-X fixos e portáteis, além de modalidades como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e até radioterapia em casos oncológicos. Esses recursos tornam os diagnósticos mais precisos e permitem tratamentos mais eficazes.
Para atuar na área, é necessário diploma de Técnico em Radiologia, habilitação que permite a realização de exames de imagem - com exceção do ultrassom, que exige habilitação médica veterinária específica. A formação técnica exige 1.200 horas de conteúdo teórico-prático e 400 horas de estágio. Além disso, cursos de qualificação específicos e especializações com foco em animais são fundamentais para quem deseja se destacar.
A atuação na radiologia veterinária também exige habilidades distintas da radiologia humana, principalmente no manejo dos pacientes. “O técnico precisa dominar técnicas de contenção e posicionamento dos animais, algo que não se aprende apenas com teoria. Animais não colaboram como humanos, por isso, em muitos casos, é necessário sedação ou tração mecânica, sempre sob responsabilidade do médico veterinário”, explica a docente.
Além das clínicas e hospitais veterinários, o técnico também pode atuar de forma autônoma. Equipamentos portáteis permitem que exames sejam realizados na residência dos tutores, o que torna o atendimento mais acessível e personalizado. “Isso amplia o campo de trabalho e dá flexibilidade para o profissional organizar sua agenda”, diz Janaína.
Mesmo com o crescimento do setor, ainda há escassez de técnicos com formação voltada especificamente para a área veterinária. “A maior parte das escolas forma profissionais pensando na área humana. Isso abre uma excelente oportunidade para quem deseja se especializar”, aponta a coordenadora.
Para quem está começando, Janaína aconselha investir em formação continuada, manter-se atualizado em novas tecnologias e valorizar o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Outro ponto essencial é gostar de animais. “Não basta saber técnicas de contenção. Tem que ter afinidade com o universo pet”, conclui.