
A digitalização das informações médicas tem se consolidado como uma das principais mudanças na área da saúde. O prontuário eletrônico substitui o modelo em papel, trazendo agilidade, segurança e maior integração entre profissionais e instituições.
Segundo Válter Brandenburger Vasconcellos, coordenador de Tecnologia e docente do Senac São Leopoldo, entre as vantagens está o acesso remoto e padronizado às informações. A consulta de dados pode ser feita em qualquer lugar, sem depender de arquivos físicos, e a organização evita perda de documentos e problemas de ilegibilidade. Prescrições, pedidos de exames e registros de evolução são realizados em segundos, reduzindo custos e tempo gasto em burocracia.
Vasconcellos aponta que o impacto na rotina é direto. “Menos tempo em burocracia, mais tempo com o paciente”, frisa. Ele destaca que a automatização de tarefas e o fluxo de informações em tempo real entre diferentes profissionais facilitam o acompanhamento clínico.
A segurança também é reforçada com o uso de senhas, biometria e registro de cada alteração realizada, além de cópias de segurança automáticas que reduzem riscos de perda definitiva. Para os pacientes, a percepção é de maior agilidade e confiança, já que dados ficam organizados e podem ser acessados por diferentes médicos, evitando a repetição de exames. Em alguns sistemas, há ainda a possibilidade de consulta direta por aplicativos de saúde.
O professor explica que a integração com laboratórios, farmácias e hospitais é outro avanço prático. Receitas eletrônicas podem ser enviadas diretamente às farmácias credenciadas e exames digitais dispensam laudos impressos, contribuindo também para uma gestão pública mais eficiente.
Contudo, apesar dos progressos, a implementação enfrenta obstáculos, principalmente em regiões onde faltam internet estável e equipamentos adequados, conforme relata o coordenador de tecnologia. Questões como custo de implantação, treinamento de profissionais e segurança cibernética ainda são desafios.
Para o futuro, Vasconcellos aponta tendências como inteligência artificial, big data e internet das coisas aplicadas à saúde. “Essas tecnologias podem personalizar tratamentos, prever surtos e até enviar sinais vitais em tempo real para o prontuário”, explica. Diz, ainda, que uma das perspectivas mais aguardadas é o prontuário único nacional, que permitiria ao paciente ter seu histórico acessível em qualquer unidade de saúde do país.