Estado e Economia: Reflexos na Competitividade das Empresas Brasileiras
por Leonardo Betemps Kontz
Nos dias atuais o debate em torno do tema Estado, economia e mercado, ganham força perante a situação na qual o Brasil se encontra. Diversos economistas apregoam que é chegada a hora de o Estado brasileiro diminuir o seu tamanho, deixando a cargo do mercado as responsabilidades de equilibrar as desigualdades econômicas e sociais. Nessa linha de pensamento, o modelo econômico brasileiro, devido a sua falta de eficácia e eficiência, altas taxas de tributação e uma burocratização excessiva são os responsáveis por ocasionar a falta de competitividade das indústrias e empresas brasileiras frente ao mercado internacional.
O Brasil mesmo sendo uma das maiores economias mundiais (The Economist, 2005), tem sua performance econômica descrita por analistas como modesta e isso reflete diretamente na sua inserção comercial que é considerada por muitos como decepcionante.
O forte papel do Estado frente a economia gerou severas deformações ao longo do tempo, fazendo o país perde diversas oportunidades, afetando diretamente a competitividade das empresas brasileiras frente o mercado internacional. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) denomina essas dificuldades a partir do que hoje se conhece como o Custo Brasil. O Custo Brasil é todo um "conjunto de ineficiências e distorções que prejudica a competitividade do seu setor produtivo. Tais ineficiências [...] dizem respeito às relações entre Estado e setor privado, e estão expressas basicamente em uma legislação inadequada e em graves deficiências no provimento de bens públicos" (CNI, 1995, p. 2). o “Custo Brasil” pode ser compreendido como fatores que penalizam as empresas locais, devido as condições limitantes de transporte (ferrovias, rodovias e portos), baixa qualificação da mão-de-obra, instabilidade política e alto custo do capital.