Novos tempos e tecnologia: novos perfis de professor e de escola
por Caila Lanfredi - docente do Senac Caxias do Sul
A tecnologia tomou conta das escolas e assegurou um assento em cada sala de aula. Isso é fato e torna claro que o perfil de escola e de professor está passando por alterações, ou seja, é preciso rever a preparação dos professores para lidarem com este novo contexto: isso inclui formação, atualização e quebra de paradigmas.
Hoje os alunos têm informação sem sair do lugar, sabem de notícias e acontecimentos no instante em que acontecem e a tendência é que essas possibilidades se tornem cada vez mais “normais”.
Mas como lidar com tudo isso na escola e tornar a tecnologia aliada da sala de aula? O professor deve estar consciente da mudança e preparar-se para lidar com esse novo contexto e tornar suas aulas eficientes. Por que? Porque a tecnologia não é um material didático pronto, mas sim, uma rede de possibilidades para o desenvolvimento destes, além de tornar a aula mais atrativa, significativa e prazerosa para o aluno. É preciso retirar desse material as possibilidades de inovação, usando-o com coerência dentro de um “modelo pedagógico” que a escola e o professor acreditem.
Desta forma, hoje já é muito questionável o modelo de professor “transmissor de conteúdos e detentor de verdades absolutas”. O novo perfil de educação e professor coloca o aluno como sujeito de sua aprendizagem, apontando caminhos para que, juntos, construam o conhecimento, procurando desenvolver e formar o indivíduo integralmente. Aqui cabe uma ressalva: uma escola não se moderniza apenas comprando computadores novos, televisores novos, antenas parabólicas ou construindo laboratórios avançados. Uma escola se moderniza quando modifica a visão tradicionalista, quando não reproduzir desigualdades e quando garante o direito de uma educação de qualidade.
Quando se fala em educação de qualidade, remete a um novo perfil de professores que são agentes diretos da educação. Isso implica em inovar as possibilidades de “ensino e aprendizagem” a favor de ideias educativas, flexibilizando currículos, conteúdos e concepções, mantendo a coerência entre teorias pedagógicas e novas metodologias dentro de uma sala de aula humana e participativa, que prioriza “trocas e construção do conhecimento”.
Podemos apontar que o novo perfil de educador compreende atualização constante, criticidade, desafio, domínio técnico e comunicação com coerência e coesão. Com isso, o contexto atual aponta a necessidade de um professor de “bem com a vida”, humanizado, que dê sentido a sua atividade docente e que tenha compromisso com ela, unindo sempre a teoria com a prática, preocupando-se que seus ensinamentos ultrapassem as quatro paredes da sala de aula e se tornem, realmente, aplicáveis e significativos.